terça-feira, 24 de agosto de 2010

Rascunho

Não foi o fim de uma história de amor. Talvez tenha sido como um rascunho jogado no canto do quarto, afinal essa história nunca chegou a ser publicada.

......

Ela me falou um oi tão cheio de alegria que imediatamente meu coração congelou. Foi como se eu despertasse no meio daquela noite e ligasse pra ela, só pra falar que tinha sido muito bom sentir seu beijo.
Eu não imaginava que ela tinha encontrado aquele rascunho. Mas não podia fazer nada. Nos centramos em voltar a escrever aquela história. Desamassamos aquela folha amarelada pelo tempo, tiramos a poeira acumulada (porque ela não gosta muito de limpar o quarto) e começamos a dar continuidade na nossa história, nas nossas vidas. Ela escrevia, eu dava risada. Ela dava risada, eu dava risada porque não sabia escrever.
Ela nunca foi de fazer muitos planos, sempre fez mais o tipo "ou é ou não é", "agora ou nunca", assim de simples, assim de fácil, tão fácil como um sorriso seu, tão fácil como a capacidade de tirar um sorriso da minha boca.
De repente a brisa que entrava pela minha janela me fez ver que eu não estava sonhando, eu estava ali, acordado e falando com ela. Ela ali, eu aqui. Senti o sangue correndo disparado pelas veias, sem saber ao certo pra onde ir. Respirei, continuei respirando... pensei cretina, sorri, fechei os olhos, sonhei, despertei e era real.
Ela sempre quis anotar meus planos, eu sempre disse que não precisava, porque eu sabia de tudo nos mínimos detalhes; mas resolvi anotar eu mesmo, não quero correr o risco de voltar a dormir como naquela noite, a noite que seguia viva enquanto nós adormecíamos. Só espero que ela não esqueça de carregar nosso rascunho... assim poderemos escrever um pouco da nossa história do lado de cá...

*Este não é um texto de minha autoria, mas de um "congestionador" de ideias. A título de observação pessoal, só posso dizer que tem gente que escreve bem demais pra quem diz que não sabe escrever.

Um comentário: