Aquele cara planejava cada passo, media seus gestos, construía seus caminhos com cuidado, calculava o tempo e o espaço, definia metas. Cumpria prazos, tomava suco no café da manhã, passava suas camisas, dedicava-se a tudo que fazia, acompanhava o noticiário, dava bons conselhos.
A moça não. Vivia os segundos que ali estavam e deixava tudo pra última hora. Dormia depois das quatro e acordava atrasada. Nunca tomava café, porque não dava tempo. Usava a primeira roupa que caísse da bagunça que ficava dentro do armário. Faltava à faculdade, lia o que lhe caísse nas mãos e não sabia nem o que fazer com sua própria vida.
Ele transmitia segurança, tranquilidade, uma felicidade calma e leve. Uma vontade de arrastar os minutos.
Ela era um caos completo. Uma alegria enorme e intensa. Uma pressa sem tamanho de experimentar tudo.
Era visto que, uma hora ou outra, eles iam se encontrar.
E é claro que não tinha chance de dar certo.
Mas quem é que ia querer tudo igual, sempre?
As Palavras
Há 8 anos